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8.2.08

Defender ou não defender as escolas e o seu patrimônio físico

Os partidários do controle da violência escolar são pródigos em inventar modas. Uns querem transformar as escolas em casas semelhantes às do Big Brother, outros não pensam duas vezes em recomendar segurança armada, detector de metais etc. Poucos são os mais sensatos, afirmando que tais medidas são impróprias e insistem na educação com base em valores.

A história que nos chega de Petrolina (PE) é um triste exemplo, que recoloca em pauta esta discussão: um aparato de repressão ou educar para os valores. Lá um vigilante de uma escola particular, sem formação para atuar como segurança, nem autorização para portar armas, matou o menino Cayro Emanuel Rodrigues Conrado Diniz e Silva, de 12 anos, e ainda feriu outras duas, sem muita gravidade durante o recreio escolar. O vigilante, para defender a escola de um assaltante de 17 anos, saiu atirando a torto e a direito.
O vigilante, o assaltante e o diretor da escola estão detidos na delegacia da cidade. O diretor foi detido por medida de segurança e não será autuado, o que é uma pena. Ele está na base do problema. Ele queria a defesa de seu patrimônio. A notícia publicada no jornal O Globo online diz-nos que os parentes não se conformam e que a mãe do menino está em estado de choque, e não é para menos.
Quem pensa um pouquinho precisa refletir com radicalidade sobre a questão, inclusive porque a "indústria da segurança" pressiona a sociedade forçando-a a se armar, comprar aparelhos de segurança, contratar firmas de vigilância etc. Não nos esqueçamos que o capital é sórdido e frio, a sua realização somente considera os lucros. No mínimo a tragédia será considerada como fatalidade, um azar do vigilante ou do garoto por estar no lugar errado: o pátio da escola durante um recreio escolar - um local de brincadeiras, alegrias e despreocupação.

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