Apenas 2% dos jovens brasileiros pretendem ser professores das séries iniciais do Ensino Fundamental, segundo pesquisa da Fundação Carlos Chagas, e esses 2% são os alunos de piores notas. Os dados da pesquisa estão publicados na revista Veja de 6 de fevereiro de 2010.
Segundo a pesquisa o "curso de pedagogia é pouco disputado e significa, para a imensa maioria dos estudantes, a única porta de entrada possível para o ensino superior - e não uma carreira de que realmente gostam. Conclui a especialista Bernardete Gatti, coordenadora da pesquisa: "Sem atrair as melhores cabeças para as faculdades de pedagogia, o Brasil jamais conseguirá deixar as últimas colocações nos rankings de ensino".
Em 1995 participei de uma pesquisa encomendada pelo CRUB (Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras) e o cenário de futuro já era pavoroso. Poucos pretendiam o magistério, incluindo as Licenciaturas, e de cada 10 que chegavam ao magistério somente 3 permaneciam nos primeiros cinco anos.
Este drama não é exclusivo do Brasil. Em todos os países onde a valorização do magistério está em processo decadente, o mesmo fenômeno se repete. Na Alemanha a crise de professores é tão grande que já começaram a admitir professores do Leste Europeu para a alfabetização das crianças alemãs.
Quando chegarmos a esse ponto, de onde vamos atrair professores? Da África? Haití? Paraguai?
Já fiz essa pergunta nas duas escolas que leciono em todas as turmas e realmente são poucos os que se aventuram a querer ingressar na carreira do magistério. Só um aluno queria ser professor (de educação física) - duplamente sofredor. Outros me disseram que queriam, mas não se arriscariam pois os pais não os deixavam tentar. A Educação está sucateada mesmo, do jeito que o sistema atual deseja.
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