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4.6.24

Quando a escolha é péssima


https://www.nbcnews.com/news/us-news/typhus-zone-rats-trash-infest-los-angeles-skid-row-fueling-n919856


O Estado do Paraná está em processo de privatização da gestão das suas escolas. Isto significa atender à demanda privatista, a mesma que privatiza estradas, hospitais, presídios etc. Segue-se à risca a cartilha neoliberal de diminuição do tamanho do estado.

As empresas privatizantes vitoriosas nos editais emitidos pelo governo do Paraná, em primeiro lugar, garantirão os seus lucros, líquidos e certos, desde a assinatura dos contratos, com a contrapartida de oferecer a qualidade estipulada. Garanto que jamais será uma qualidade educacional superior à de Singapura; efetivamente, com boa ajuda dos céus, talvez se emparelhe com a qualidade da Ucrânia ou da Itália que estão longe de ser referência.

Já acumulamos vários exemplos do que significa privatizar um serviço público. Nem as estradas são como as da Alemanha nem os hospitais e presídios melhoraram conforme a expectativa da sociedade. No Rio de Janeiro, a privatização da telefonia encareceu os serviços e diminuiu a qualidade, inclusive na relação com os clientes: os atendentes desapareceram no ciberespaço. O mesmo aconteceu com a Supervia, que mais do que dobrou o preço das passagens dos trens sem entregar uma melhoria significativa deles: continuam os atrasos e os comboios nem de longe podem ser comparados com os trens suburbanos europeus.

As empresas privadas nunca vão entregar resultados vultosos em qualquer setor de atuação. Tudo é conforme a previsão de lucro e, fica muito claro, que deixando de lucrar oferecerá o pior produto. Havendo pequena margem de realização de lucro, as cargas horárias poderão ser compactadas, um único contrato docente tende a atender a mais de uma matéria e ainda tem grande chance de cuidar da disciplina e da limpeza escolar em tempos vagos... e vai por aí a fora.
Quando a razão do Estado é o mercado, as coisas funcionam em favor das corporações de todos os tamanhos. O Estado se justifica favorecendo-as. É muito reduzido o espaço de preocupação com o bem estar e a felicidade das pessoas. Elas, as pessoas, que se tornem competentes para suprir as suas necessidades.
Quando examinamos a situação de muitos americanos se torna visível que o distanciamento do Wellfare State tem como corolário um estado mínimo com centenas de americanos morando precariamente em áreas desfavorecidas dentro de automóveis e trailers em terrenos baldios e ruas de grandes cidades como Nova Iorque, Chicago, São Francisco etc. O fim da segurança social que culminou na invejável sociedade de bem-estar entre os anos pós-1945 e guerra do Vietnã se traduziu em empobrecimento da população e mais acumulação de riquezas nas mãos de uma minoria egoísta e insaciável. Ou seja, a assunção de políticas em favor da minimização do estado constitui um prejuízo enorme material e espiritual para a população vulnerável, com consequências alarmantes.
A escolha que a população do Paraná faz terá graves consequências para a sua população. Uma mirada sobre o estado da Califórnia nos EUA haverá de trazer à retina a perda da excelente qualidade de vida que o caracterizou.





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