Fonte: SEPE-RJ Regional VII (http://sepereg3.wordpress.com/)
Educação como mercadoria não é educação, é a corrupção do conhecimento
O governo estadual e seu secretário Rizolia anunciaram a imprensa, mais um passo importante rumo à implementação do sistema meritocrático na rede. As notícias dão conta de um “projeto-piloto que visa a medir a eficiência dos professores em sala de aula”… O objetivo é apontar e espalhar boas práticas e, em um segundo momento, fazer com que esses resultados levem a programas de bonificação por performance.” ( Jornal O Globo) Admitem, por mais absurdo que possa parecer, que esta “observação” será feita por pessoas “treinadas” pelo Banco Mundial. Mas não ficam por aí. A economista-chefe do Banco Mundial para Educação na América Latina e na região do Caribe diz o seguinte:
— Os observadores que vamos treinar ficarão no fundo da sala e, seguindo um método padronizado adotado nos Estados Unidos, farão anotações sobre os materiais que os professores usam, as atividades que promovem e o grau de envolvimento dos alunos. Há mais: — O que existe no Brasil são sistemas que avaliam as escolas, não os professores. E nós acreditamos na diferenciação entre eles. Em Washington D.C, por exemplo, graças a um programa desse tipo, o estado descobriu onde estão seus melhores mestres e dobrou o salário deles. A economista do Banco Mundial, não falou que o sistema americano ao qual se refere, é o Impact. Veja como funciona:
Jornal Zero Hora – Sistema Americano para avaliação de professores – IMPACT
TODOS os professores são observados em sala de aula cinco vezes durante o ano por diretores de outras escolas e especialistas em educação.
ELES RECEBEM notas em 22 quesitos de nove categorias, como presença em sala de aula, gerenciamento do tempo, clareza ao apresentar o objetivo da lição e certeza de que os estudantes de todos os níveis de aprendizado entenderem a matéria.
DEPOIS DA observação inicial, os professores recebem um “plano de crescimento”que cita seus pontos fortes e fracos.
NO FIM DO ANO, o desempenho do professor – baseado nas observações em sala de aula, eventuais testes aplicados aos estudantes, crescimento no aprendizado dos alunos e contribuições gerais à comunidade – é convertido em uma nota de 100 a 400.
PROFESSORES COM MENOS de 175 pontos podem ser demitidos. Entre 175 e 249 pontos, são considerados “minimamente eficientes”. E, entre 250 e 400 pontos, são considerados “eficientes”ou “muito eficientes”.
Finalmente o governo começa a dizer sua real intenção
Utilizando-se de um sistema “falido” nos Estados Unidos e utilizado a mais de vinte anos por lá, pretende aqui, assim como lá: fechar escolas, demitir professores, diferenciar salários e assim destruir de vez a educação pública. Veja o que disse o prefeito de Nova Iorque, ao encerrar a aplicação da política de bônus naquela cidade iniciada em 2008:
“Eu acho que deveríamos ter orgulho disso – do fato de que temos a coragem de sentar-se lá e dizer que achávamos que era uma boa ideia (pagar bônus aos professores), não funcionou e estamos parando-a. Nós não vamos desperdiçar o dinheiro público. (Seifman, 2011).
O governo reduz ano a ano os investimentos em nossas escolas e profissionais, derrama dinheiro público para a iniciativa privada, enfia-se em escândalos de corrupção sem nenhuma punição, entrega a educação à economistas e organismos internacionais e ainda quer que paguemos por isso? Professor, não permita nenhum estranho em sua sala de aula. Caso o pau mandado do Banco Mundial e do Governo Sérgio Cabral insista em permanecer em sua sala reire-se, relate por escrito e pegue assinaturas da comunidade escolar como testemunho de mais este arbítrio contra a educação pública fluminense.
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