A temporada de matrículas nas escolas de ensino público do município do Rio de Janeiro está aberta, mas os pais ou responsáveis precisam ter fôlego para enfrentar as filas. Segundo o jornal "Extra", edição do dia 11/01, os pais alegam "que para conseguir fazer a matrícula perto de casa é preciso dormir na portas dos colégios. Alguns ficaram na fila desde terça-feira".
A Secretária de Educação garante, no entanto, que todos serão matriculados. Mas vejam bem o que disse, como justificativa para o sacrifício desnecessário que impôs aos pais ou responsáveis: "O que nós queremos com os pólos de atendimento é abrir a oportunidade do pai conversar com as nossas equipes e matricular o seu filho na pré-escola porque nós sabemos da importância da pré-escola no desenvolvimento, na aprendizagem das crianças".
Convenhamos que o desejo da Sra. Secretária é estapafúrdio num momento de aflição dos pais, ansiosos por uma vaga na escola perto de suas casas e preocupados com as quantidades oferecidas. Perder uma vaga significa tomar condução, sair do bairro, submeter as crianças a riscos desnecessários.Por que não informatizar as matrículas e evitar transtornos?
Se o desejo é que os pais conversem com as equipes escolares, por que não promover uma semana na qual a escola fique de portas abertas para atender às questões dos pais? Por que não convidar os pais ou responsáveis dos alunos matriculados para uma jornada escolar de convívio, durante a qual possam dialogar, conhecer direitos e deveres, serem informados acerca do planejamento pedagógico do ano letivo, da metodologia, das avaliações etc?
Impor sacrifícios desnecessários à população é, no mínimo, desrespeitar as famílias e os sacrifícios que fazem para viver nesta cidade, com a qualidade de vida social que nossas autoridades constróem em seus gabinetes eleitoreiros e demagógicos.
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