12.1.08

Resistência à escola

Em anos de magistério posso afirmar ter visto e vivido muitas coisas em escolas, principalmente nos inícios de anos letivos. Já vi crianças que choram, escondem-se e agridem os outros querendo fugir dos bancos escolares. Até na Universidade já vi mãe de aluno indo à sala de aula checar a presença do seu bebê de mais de 18 anos. Mas esta notícia que vem do México suplanta tudo o que vi e vivenciei. Fiquei pasmo ao lê-la: "Menino mexicano se cola à cama para não ter que ir à escola".
É isto mesmo. O pequeno Diego se colou à cama e somente pôde ser retirado depois que paramédicos e policiais de Guadalupe usaram um solvente especial.
A esta altura da minha vida docente, confesso já não esperava mais ter conhecimento de fato tão original e ao mesmo tempo dramático. Há muito a "teoria da resistência" está enunciada e as diversas formas estudantis de contestar a escola tornaram-se velhas conhecidas. Em pelo menos uma revista em quadrinhos, com muito bom humor, imortalizou-se o caça-gazeteiros na figura estereotipada de "Seu Miguel" e os filmes têm nos proporcionado boas risadas com as peraltices e peripécias dos estudantes para cabular aulas e fugir à violência simbólica do aparelho escolar.

Mas o Dieguito, convenhamos, extrapola os limites dos nossos conhecimentos teóricos e empíricos. A dramaticidade de sua colagem à cama é mesmo de tirar o fôlego de qualquer um.

(Notícia publicada no Jornal Folha Online na edição do dia 08/01/08)

Um comentário:

Anônimo disse...

Zaca, nunca imaginaria isso. Esse menino é gênio. Já pensou se a moda pega? Todos os preguiçosos que não querem trabalhar se colando na cama? Presos no corredor da morte se colando nas camas? Namorados se colando. Polícia colando presos no xadrez? Haja Cola!!!
Hugo

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