5.12.08

Entrevista concedida ao jornal “Folha Dirigida”, a ser publicada na semana de 08 a 13 de dezembro de 2008


FD— O senhor diz que o currículo da secretária passa ao largo do campo da educação. Isto é um problema, na sua avaliação? Por que?
ZG - Há algum tempo, principalmente os economistas vêm tratando das questões da educação, mas nunca do ponto de vista da educação. Eles têm procurado subordinar sua problemática à lógica do capital, aos modelos importados etc. Isto é um problema porque nunca se preocupam efetivamente com a educação das crianças e jovens no sentido da auto-formação deles, para que eles possam optar e construir o projeto societário que lhes convier.

FD— Que impressão que o senhor passou a ter dela a partir de seu currículo? É o que a cidade do Rio precisa?
ZG - O currículo que a futura Secretária tem é compatível com o de uma alta executiva que sempre teve uma formação de elite nos melhores colégios e universidades. Seu currículo, porém, demonstra estar longe do cotidiano educacional e revela completa auseência de conhecimento empírico da realidade carioca; tenho, por esta razão, uma impressão pessimista de sua gestão.

FD— A escolha do prefeito eleito tem sido criticada pelo fato de Claudia Costin não ser do Rio. O senhor concorda com esta crítica?
ZG - Concordo, mas não porque ela seja de São Paulo; o Rio é generoso com todos aqueles que vem morar e trabalhar aqui. O problema está nas escolhas decorrentes de acordos políticos que deixam de considerar as reais necessidades do povo carioca e pensam resolver as coisas de cima para baixo.
FD— Como o senhor avalia as propostas feitas por ela, informalmente, até agora?
ZG- São propostas contidas em um pacote embalado pelo Banco Mundial e pela Teoria do Capital Social. Felizmente o professorado carioca é aguerrido e vai reagir, a despeito de quaisquer promessas de prêmios, adicionais de salários etc. Somente vou avaliar com otimismo as propostas que surgirem de dialógos com o professorado, discutidas com ele e executadas pelas autoridades educacionais. A secretaria de educação precisa passar a executora das demandas docentes.

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