17.10.11

Marcha Mundial dos Indignados

Este sábado, 15 de outubro, não foi um sábado qualquer nem um simples Dia dos Professores; ele se pintou com um marco mundial. Mais de um milhão de pessoas de mil cidades do mundo saíram às ruas exigindo uma mudança global. Segundo o jornal Página 12, de Buenos Aires, não há antecedentes de uma manifestação tão cosmopolita com gente de sistemas de governo, culturas e lugares tão diferentes. Os protestos são contra a desigualdade política, os danos ao meio ambiente, a espoliação do capital financeiro, os bancos e a diminuição do poder das democracias nacionais.
Estas manifestações resultam de um mal-estar produzido pelo capitalismo em bases neoliberais que produz a mais selvagem e jamais vista concentração de riqueza nas mãos de uma minoria.  As manifestações havidas na Grécia, Inglaterra, Sidney, São Paulo, Lisboa, Paris, Roma não são isoladas; elas dialogam entre si, incluindo as manifestações dos estudantes chilenos. São completamente diferentes do movimento pequeno-burguês brasileiro contra a corrupção. Nada têm de lacerdismo, janismo ou da caça aos marajás ao gosto do Collor.
Muito pelo contrário. Elas têm uma nova dimensão política. Interpelam as autoridades, são horizontais e nascem a partir de baixo, dos 99% de excluídos econômicos, sociais, culturais e políticos. Constituem-se como uma autêntica frente extraparlamentar que tem como consenso a impossibilidade da vida social regida pelo mercado que visa somente o lucro máximo dos investimentos financeiros.
As manifestações dos indignados nos apresenta também um novo sujeito político de alcance global e difícil de ser apreendido. Ele é a novidade planetária e surpreende os rentistas e as suas serviçais autoridades políticas com sua grande capacidade organizativa e potencial político impressionante. As redes sociais funcionam para ele e os demais como grandes assembleias virtuais e meio de busca do consenso.
Estas manifestações merecem apoio. A marcha do dia 26 de outubro, Marcha dos 10 mil pelos 10% do PIB para a Educação, que está sendo convocada bem poderia expressar mais do que a insatisfação brasileira contra a subsunção da sociedade pelo mercado.

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