Há algum tempo publiquei um texto chamando a atenção para o que nos espera em futuro próximo se continuamos a oferecer ensino de baixa qualidade. O efeito natural será a existência de profissionais de baixa qualidade em praticamente todos os campos de conhecimento. Já estamos sentindo na carne os efeitos deste oferecimento. Basta que vejamos a qualidade de grande quantidade dos nossos professores, advogados, engenheiros, militares...
Na década de 1980 os EUA se deram conta do risco que corriam com o oferecimento de formação humana precária. O relatório "A nation at risk", preparado pela National Commission on Excellence in Education escancarava a fragilidade da educação americana face às exigências provenientes de sua liderança mundial e a necessidade urgente de reformas de seu sistema de sistema, de todos os níveis e modalidades. Nem a Califórnia oferecia um ensino de qualidade capaz de competir com outras nações.
Já passa da hora de se produzir um relatório semelhante tendo o Brasil como foco. Ele certamente traria à luz a nossa catástrofe, a qual vem sendo aumentada seriamente pelo ensino remoto nestes últimos anos e pela incompetência e despreparo dos nossos ministros de educação a contar de 2017. Eles, os chefes da pasta de educação sequer entendem de educação e pesquisa, lembrando que um deles era de origem colombiana. Aliás, a partir do golpe de 2016 a educação nacional está indo celeremente ladeira abaixo e com gigantescos cortes orçamentários.
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) poderiam realizar tal estudo, enfatizando o impacto e os prejuízos econômicos, políticos e sociais que teremos. No momento em que se fala em uma Sociedade e Economia do Conhecimento estamos indo de mal a pior, com significativo aumento da nossa dependência aos centros produtores e vendedores de conhecimento e inovação.
O Brasil também está em risco. O que os últimos governos vem fazendo com a educação nacional é crime de lesa-pátria.
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