19.3.22

Transformando Pessoas, Criando novas Ideias.





Estou tendo uma experiência ótima com os meus estudantes remotos das Licenciaturas da UERJ. Propus um curso comparativo de Políticas de Educação para que superassem os limites internos. Toda legislação brasileira de educação é comparada com as leis da Finlândia, México, França, Estados Unidos, Bolívia e Argentina.

A percepção deles, quase que imediata, é que toda orientação brasileira se volta para a qualificação dos estudantes conforme as necessidades do mercado de trabalho. Daí o grande desprezo pelas disciplinas- História, Filosofia, Sociologia e Geografia - que a elite do atraso considera um luxo dispendioso e desnecessário. Em sua lógica formativa não vale a pena gastar com disciplinas que qualificariam para o trabalho improdutivo como se não fosse intrínseco ao modo de produção capitalista.

Outra percepção é a pobreza das nossas leis que sequer admitem a nossa diversidade racial e linguística. São leis de brancos para brancos com um olhar mínimo para os povos originais e quilombolas.

Também percebem o quanto o Estado tenta se desvencilhar de seu dever de educar nossas crianças e jovens trazendo as famílias a compartilha-lo. Em todos os países o oferecimento de educação pública de qualidade para todos é um dever inalienável e prioritário. Na Finlândia chega-se ao ponto de o Estado designar tutores personalizados para os estudantes com dificuldades de aprendizagem.

O material de estudo foi obtido junto aos ministérios de educação da Finlândia e França e nas páginas que disponibilizam na WEB. A tradução do Suomi e dos documentos franceses é americanos é feita satisfatoriamente pelo Google Tradutor.

Também já estão percebendo o quanto os governos de 2016 para cá - Temer e Bolsonaro - fazem mal à educação brasileira, não apenas pelo não cumprimento da Meta 20 do PNE, mas pelos cortes de verbas, nenhuma ação efetiva pela sua melhoria e nomeação de quatro ministros que nada entendem de educação.

A disponibilização do material de estudo e as leituras que realizam permitem que eles façam as suas mediações(Ver o conceito de Mediação 2015 em Gama 2015). A mediação é um ato intelectivo pessoal e único; ninguém pode mediar pelo outro. É por seu intermédio que as pessoas se tornam outras e adquirem ideias próprias. As ideias que vão surgindo das meditações sobre algo concreto são poderosas e libertadoras na medida em que cada um aprende a desenvolver os seus próprios pensamentos sobre as coisas.


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