13.9.11

Vale a pena estudar

Deu no GLOBO ONLINE - Vale a pena estudar, compensa e muito. Quem termina o ensino superior tem salário duas vezes e meia maior do que quem parou no ensino médio. Segundo o jornal esse "bônus" de 156% pelo diploma supera os índices de 31 países desenvolvidos que integram a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). A universidade proporciona retorno salarial médio de 50%.
Quem pára de estudar tem prejuizos reais. Quem não consegue terminar o ensino médio no Brasil recebe metade do salário em relação a quem termina.
Os adoradores da Teoria do Capital Humano vão adorar essa notícia.

12.9.11

OS FATORES QUE A SEEDUC-RJ NÃO QUER SABER


O resultado do Exame Nacional do Ensino Médio de novo atesta a baixa qualidade da rede de educação pública do Estado do Rio de Janeiro. A última edição de resultados publicada pelo INEP mostra que 76% das escolas dessa rede sequer alcançam a média nacional equivalente a 511,21 (segundo cálculo de O Globo online, edição de 12/09/2011). Apenas uma escola se situa entre as 200 melhores do Estado. A pequena melhora, de 4,33%, nas provas objetivas não foi suficiente para o salto de qualidade prometido pelo Governador Sérgio Cabral.
Diversos fatores contribuem para esse fracasso. Os professores entrevistados pelo jornal O Globo online apontam esses fatores sem ao menos parar para pensar: 

1.       Entra e sai de secretários: a Secretaria de Educação do Governo Sérgio Cabral está vivendo a sua terceira gestão (Nelson Maculan, Teresa Porto e Wilson Risolia).
2.       Inexistência de políticas de estado para a educação: cada novo secretário sempre quer deixar a sua marca pessoal na administração da educação configurando a inexistência de uma política de governo e, menos ainda, de uma política de estado.
3.       Falta de condições de trabalho para os professores e de espaços de atenção aos alunos
4.       Muitas escolas sem professores e outras em que o docente trabalha fora de sua área de formação
5.       Pequeno volume de investimentos pedagógicos: faltam materiais didáticos e muitos equipamentos para as escolas
6.   Baixa remuneração e sobrecarga de trabalho: para melhorar seus rendimentos há professores que trabalham em diversas escolas;alguns têm dupla matrícula e ainda trabalham em escolas particulares, tendo uma jornada tripla de trabalho: manhã, tarde e noite.
7.   O atual plano de metas (implantado por Risolia) consegue gastar menos do que o Nova Escola (plano do governo Garotinho): a pretensão é de economizar 219 milhões de reais. 

Segundo o mesmo jornal e com certa perplexidade, a “Secretaria evita apontar os problemas da rede”. Penso que ela faça isto por razões óbvias. Apontá-los seria o mesmo que admitir sua responsabilidade e ter de dar satisfações imediatas à sociedade. Em nota apenas afirmou que “os fatores podem ser os mais variados”.  Toda a sociedade fluminense, porém, os sabe de cor. Até um estudante da 1ª série ou ano do ensino médio seria capaz de apontá-los. Só a SEEDUC-RJ não quer saber deles.

9.9.11

Neoliberalismo e descaso com a educação pública


O Processo de Bolonha, como um autêntico fetiche, encantou a diversos países da Europa e muitos apressaram-se para cumprir as metas que estabelecia para a década. Agora o feitiço começa a ser quebrado, sobretudo nos Países que formam o grupo dos PIGS: Portugal, Itália, Grécia e Espanha. Agora é a vez dos trabalhadores em educação da Espanha ir às ruas defender a educação pública das ameaças de cortes de verbas e dos riscos de não garantir igualdade de oportunidades para todos. Nos dias 14,15 e 20 de setembro e em 22 de outubro os sindicatos vão às ruas protestar contra os maiores cortes na educação pública espanhola em seu período pós-franquista.
O profesorado de Madrid, Galícia, Castilla-La Mancha e Navarra está em pé de guerra contra  os cortes em educação e o aumento das horas letivas. Os país, por sua vez, acreditam que a educação espanhola perderá mais ainda em qualidade, educação esta que já suporta uma taxa de fracasso escolar que supera os 30% e situa o país na 30ª posição do PISA, quase se situando junto à educação oferecida pela Turquia.  

https://www.facebook.com/notes/zacarias-gama/neoliberalismo-e-descaso-com-a-educacao_publica

6.9.11

O entra e sai de secretários de educação no Estado do Rio de Janeiro

De 1988 até os dias de hoje, a Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro teve 18 titulares, somente contando-os a partir da Secretária Fátima Cunha (1988 a 1991). A média de permanência é muito baixa, as/os secretárias/os Fátima Cunha, Maria Yedda Linhares (1991-1993), Lia Faria (1999-2001) e Tereza Porto (2008-2010) permaneceram na chefia da pasta mais de um ano. Alguns sequer completaram um ano de gestão: Hésio Cordeiro (Jan/Out. de 1999) e Arnaldo Niskier (Mar/Dez de 2006), além das interinidades de Augusto Werneck (1996-1997) e Lia Faria (Out./Dez. de 1999).
Muita coisa se pode deduzir desse entra e sai, mas o que ele nos revela imediatamente é a falta de continuidade na política de educação do Estado do Rio de Janeiro. Se considerarmos que todos/as têm diferentes orientações provenientes de partidos políticos de como conduzir a política de governos para a educação pública não é difícil calcular o impacto desse entra e sai. Para termos um a ideia do seu tamanho e dos prejuízos que vem causando, basta lembrar as crises decorrentes das faltas de vagas no início de anos letivos; o estado estrutural das escolas; a falta de plano de cargos e vencimentos e os salários aviltados; a introdução de padrões de meritocracia, gratificações e competição por meio da Nova Escola; o déficit crônico de professores; as greves dos profissionais de educação etc.
Antes não havia como mensurar a proporção desse impacto sobre a qualidade da educação e o desempenho dos estudantes, mas agora com os processos massivos de avaliação (Prova Brasil, SAEB, ENEM etc.) e os indicadores de qualidade educacional, é possível apreender o seu efeito devastador. Desde 2007 até a última divulgação do Indicador da Educação Básica (IDEB), as unidades escolares do Estado do Rio de Janeiro vêm mantendo a média de 2,8 à frente apenas do Estado do Piauí no ensino médio.
Em seus discursos de campanha, o atual Governador, Sérgio Cabral, desde o primeiro mandato (Jan.2007/Dez. 2010)-, prometeu enfrentar de frente e com coragem o problema da educação pública do Estado do Rio de Janeiro. Suas medidas contudo, não tiveram qualquer efeito sobre a melhoria da qualidade da educação. Ele começou e terminou o seu primeiro mandato com o mesmo IDEB: 2,8. Seu primeiro Secretário de Educação, Nelson Maculan Filho, ficou como um general perdido no campo de batalha enviando professores recém-concursados para o front sem ter sequer uma estratégia de luta. O objetivo era tão somente ocupar as salas de aula, ainda que os professores estivessem sem exames médicos ou algum treinamento pedagógico para além do que receberam nos seus cursos de formação. A Secretária Tereza Porto, tal como o presidente Washington Luis para quem governar era abrir estradas, entendeu que todos os problemas da educação pública estadual poderiam ser resolvidos com a ajuda da informática. Distribuiu laptops para todos os professores e criou um sistema informatizado de controle da vida escolar e do trabalho docente, o Conexão Educação, sem cuidar das instalações elétricas, da manutenção etc. A distribuição de laptops para os professores foi como um presente para cada um, sem ter, entretanto, uma política de uso pedagógico. O próprio sistema Conexão Educação nunca disponibilizou uma plataforma com recursos pedagógicos de enriquecimento das aulas. Foi simplesmente o laptop pelo laptop.

5.9.11

Competição e meritocracia na escola.

No Chile como aqui no Brasil as autoridades educacionais apostam que a qualidade da educação se fundamenta no binômio competição e meritocracia. Lá e cá há autoridades que acreditam que a educação não é um direito universal que independe do desempenho. Aqui querem, inclusive, placas nas portas das escolas indicando o desempenho dos estudantes.

Flechas no coração do neoliberalismo

No Chile o movimento estudantil se impõe ao governo, após três meses de manifestações nas ruas de Santiago e de muitas outras cidades. Os estudantes exigem melhorias na educação, mas sobretudo o fim da mercantilização da educação como pretende a OMC. Eles, entretanto, não querem apenas o fim do lucro, querem muito mais. Uma revolução na educação do país, incluindo a sua desmunicipalização e o financiamento compartilhado.
O corajoso e decidido movimento estudantil chileno é também uma flechada certeira no coração do neoliberalismo.  

4.9.11

Roubo manifesto do patrimônio da população


por Zacarias Gama, sábado, 3 de setembro de 2011 às 14:22, Facebook
O neoliberalismo e a globalização, isto é, o processo sociometabólico do capital construído a partir dos anos 1970/80, “brutaliza os povos, humilha os cidadãos e despoja os jovens” de perspectivas de futuro (Le Monde Diplomatique, setembro 2011). Suas promessas não realizadas têm o efeito de um tsunami ao produzir uma sociedade profundamente injusta. Só os ricos, muito ricos, ganham com a minimização do Estado, privatizações, desregulamentações e entronização das leis de mercado.
Seus tentáculos atuais se abatem vorazmente sobre os sistemas de educação pública no mundo todo, sobretudo os sistemas de educação superior, os quais segundo a Organização Mundial de Comércio (OMC) ainda constituem “um tesouro intocado” estimado em cerca de US$ 30 bilhões, mais ou menos 3% do conjunto das exportações de serviços. No VI Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária na América do Sul, ocorrido em Blumenau (SC) em novembro de 2006, Manolita Correira Lima em seu artigo, assim se exclamou a respeito: “é difícil imaginar que os grandes grupos econômicos da área educacional estejam desconsiderando a magnitude das oportunidades deste mercado!” (Lima, 2006)
A última moda dos integrantes da privataria da educação é a formação de grandes espaços de educação superior, ou de grandes mercados, como é o caso do Espaço Europeu de Educação Superior (EEES) e do Espaço de Educação Superior União Européia, América Latina e Caribe (EES-UEALC) recentemente formado (2010). As frações brasileiras da burguesia educacional estão em festa e capricham no discurso de desoneração do Estado no que diz respeito ao financiamento do setor educacional. Em Portugal as universidades públicas comercializam serviços educacionais e cobram elevadas propinas (mensalidades) aos estudantes. No Chile, desde a horripilante ditadura de Pinochet não existe sequer uma universidade pública, “todas elas, tanto as públicas como as privadas, cobram altas mensalidades” (Le Monde Diplomatique, set. 2011).
A consolidação do EES-UEALC é o prenúncio da privataria sob o argumento de que nossos sistemas de educação superior são obsoletos e incapazes de contribuir para a integração e o desenvolvimento da região latinoamericana. A última moda é submetê-los a processos de avaliação produzidos a partir de fora, referenciados a indicadores e estandardes construídos principalmente pela RIACES (Red Iberoamericana para la Acreditación de la Calidad de la Educación Superior) e RICYT (Red de Indicadores de Ciencia y Tecnología Iberoamericana e Interamericana).
As avaliações da educação superior referenciadas a indicadores e estandardes têm sido aplaudidas e desejadas pelos técnicos dos nossos governos, enquanto dissimulam que as suas implicações se traduzem numa racionalidade quantitativa/qualitativa, administrativa e produtiva favorável à voracidade do capital. O imperativo de calibrar em bases científicas os sistemas de avaliação e acreditação da educação superior para a região latinoamericana e caribenha transcende, entretanto, os limites da ciência, e se transforma em uma ideologia arbitrária, racionalizada e desejada, sem contudo, ser necessária; a não ser para fins de exploração e dominação.
A insensibilidade dos homens da privataria da educação se permite roubar, inescrupulosamente, mais este patrimônio histórico da população: a educação como bem público e direito social, ela que já vem surrupiando outros bens/direitos tais como os de saúde, alimentação, trabalho, moradia, lazer, previdência social, proteção à maternidade e à infância, assistência aos desamparados. A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 nos assegura todo esse patrimônio.

O MEC Avança, mas o Problema Central Continua Intocado

O Ministério da Educação do Brasil, sob a liderança de Camilo Santana, tem sido bastante ativo ao propor um conjunto de medidas voltadas à m...