15.2.08

Professor e escritor analfabeto

O homem desta foto, John Corcoran, é professor e escreveu dois livros. Deu aulas durante 17 anos no condado de El Paso, Califórnia, segundo informações publicadas no blog do Moreira, postado em 13/2/2008 (Globo.com). Quem olha a foto não diz ser um malandro de carteirinha. Ele conseguiu toda sua escolaridade mesmo sendo analfabeto e, golpe dos golpes, se formou em Pedagogia numa faculdade do mesmo condado. Atualmente ele está alfabetizado graças à ajuda de uma voluntária de 65 anos e deixou o magistério. Administra uma fundação que ajuda pessoas analfabetas a se letrarem.
Se isto acontece aqui entre nós, seria coisa de gente tupiniquim, subdesenvolvida etc. etc. Mas foi lá, na Califórnia, nos EUA, coisa de primeiro mundo. Mas não vamos jogar pedras no telhado alheio. Por aqui, a bem da verdade, não estamos muito distantes. Já tivemos analfabeto aprovado em vestibular de Universidade particular. Atualmente, com o sistema de aprovação automática em nossas públicas cariocas é possível que, em breve, estejamos exportando analfabetos diplomados para outros países.
Vai ser uma glória.


8.2.08

Defender ou não defender as escolas e o seu patrimônio físico

Os partidários do controle da violência escolar são pródigos em inventar modas. Uns querem transformar as escolas em casas semelhantes às do Big Brother, outros não pensam duas vezes em recomendar segurança armada, detector de metais etc. Poucos são os mais sensatos, afirmando que tais medidas são impróprias e insistem na educação com base em valores.

A história que nos chega de Petrolina (PE) é um triste exemplo, que recoloca em pauta esta discussão: um aparato de repressão ou educar para os valores. Lá um vigilante de uma escola particular, sem formação para atuar como segurança, nem autorização para portar armas, matou o menino Cayro Emanuel Rodrigues Conrado Diniz e Silva, de 12 anos, e ainda feriu outras duas, sem muita gravidade durante o recreio escolar. O vigilante, para defender a escola de um assaltante de 17 anos, saiu atirando a torto e a direito.
O vigilante, o assaltante e o diretor da escola estão detidos na delegacia da cidade. O diretor foi detido por medida de segurança e não será autuado, o que é uma pena. Ele está na base do problema. Ele queria a defesa de seu patrimônio. A notícia publicada no jornal O Globo online diz-nos que os parentes não se conformam e que a mãe do menino está em estado de choque, e não é para menos.
Quem pensa um pouquinho precisa refletir com radicalidade sobre a questão, inclusive porque a "indústria da segurança" pressiona a sociedade forçando-a a se armar, comprar aparelhos de segurança, contratar firmas de vigilância etc. Não nos esqueçamos que o capital é sórdido e frio, a sua realização somente considera os lucros. No mínimo a tragédia será considerada como fatalidade, um azar do vigilante ou do garoto por estar no lugar errado: o pátio da escola durante um recreio escolar - um local de brincadeiras, alegrias e despreocupação.

Divagando

  A rigor a esquerda latino-americana é radicalmente contra o neoliberalismo. A produção acadêmica dos anos 1990 para cá é um belo exemplo d...