O Brasil acaba de criar uma nova universidade, com sede em Foz do Iguaçu, Paraná. Sua proposta é a de integrar países de lingua portuguesa e espanhola. Por incrivel que pareça a criação dessa univeridade me preocupa. Estaria o país caminhando para constituir um espaço latino-americano de educação superior, com mobilidade de alunos, professores e funcionários e unificação da gestão universitária, semelhante ao Espaço Europeu de Educação Superior?
Lá na Europa muitos estudantes e professores estão protestando fortemente contra a medida. Apenas Portugal parece ser o país mais concordante. A União Européia, a despeito da importância e tradição das diversas universidades, submete todas à lógica administrativo-gerencial, impõe critérios únicos de avaliação, enfim, reduz todas a um só sistema universitário. Põe fim à democracia das universidades e institui o regime total. Parafraseando Mussolini: a UE, do alto de seu Parlamento, ao saber o que uma universidade faz, saberá o que todas estão fazendo. O totalitarismo uniformizador é reducionista porque não pode viver com as diferenças.
Será que estamos caminhando na América Latina para o mesmo totalitarismo universitário?
Os projetos e tratados do Mercosul Educativo e da Unasul têm indicativos de sinais positivos.
23.12.09
6.12.09
Sociedade do controle
A Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro, antes de estar a serviço da Pedagogia e da educação de qualidade, está prestando o melhor serviço para a consolidação da sociedade do controle. Seu projeto Conexão Educação parece ter saido das páginas do livro "1984" de George Orwell. Cada aluno recebeu um cartão que lhe permite viajar de ônibus, merendar, entrar na sala e marcar sua presença em cada aula que tiver num dia letivo. Os professores, por sua vez, também estão controlados. Em cada aula de um dia, precisa abrir a Conexão em um computador instalado em sua mesa de trabalho, inserir todos os seus dados de identificação, permitir a cada aluno registrar sua presença e, ufa, lançar o conteúdo dado (se não fizer tudo isso, é como se não tivesse dado aula; o sistema registra que o professor não compareceu à aula).
É preciso controle sim, mas não com tanta perda de tempo para a aula. Os procedimentos necessários tomam de 15 a 20 minutos de cada aula de 50 minutos. Considerando a pontualidade brasileira, os alunos estão tendo aulas com tempos cada vez mais encolhidos. Um pequeno atraso do professor ou qualquer lentidão da conexão pode reduzir uma aula para miseráveis 20 minutos ou menos.
Será que a Sra. Secretária Teresa Porto está sabendo disso? Acredito que sim, mas seu tecnicismo deve estar se sentido glorioso. Tudo está sob controle.
Mas o que o Ministério Público pensaria disso? Se o MP soubesse disso, garanto que não haveria de concordar.
É preciso controle sim, mas não com tanta perda de tempo para a aula. Os procedimentos necessários tomam de 15 a 20 minutos de cada aula de 50 minutos. Considerando a pontualidade brasileira, os alunos estão tendo aulas com tempos cada vez mais encolhidos. Um pequeno atraso do professor ou qualquer lentidão da conexão pode reduzir uma aula para miseráveis 20 minutos ou menos.
Será que a Sra. Secretária Teresa Porto está sabendo disso? Acredito que sim, mas seu tecnicismo deve estar se sentido glorioso. Tudo está sob controle.
Mas o que o Ministério Público pensaria disso? Se o MP soubesse disso, garanto que não haveria de concordar.
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