Tenho andado abatido e desalentado em consequência dos ataques que o campo da educação brasileira vem sofrendo desde a derrubada da Presidente Dilma Rousseff. Primeiro foi a PEC 241 que congelou os gastos com a educação durante vinte anos a contar de 2016, depois as trapalhadas daquele ministro da educação do golpista Michel Temer, o tal do "Mendoncinha".
Ai foi eleito o tal do Jair Bolsonaro, um ex-capitão do Exército que parece nada ter aprendido em seus tempos de caserna e que nada entende de educação. O primeiro ministro que indicou, um tal de Ricardo Velez Rodrigues, serviu como aperitivo do que viria a seguir. O atual ministro, Abraham Weintraub, tem como objetivo destruir as instituições educacionais de todos os níveis e modalidades. Desde que assumiu fez cortes importantes que comprometem todas as metas do Plano Nacional de Educação (2014-2024) e colocam em risco o funcionamento de todas as universidades públicas. O que vivemos é um pesadelo. Seus maiores intentos são privatistas, militaristas (militarização de escolas de educação básica), persecutórios e destruidores. Em nome do combate ao que chama de "marxismo cultural", ideologia de gênero e outras bobagens, persegue as instituições de ensino de forma mais covarde do que as perseguições dos tempos da ditadura. Esta perseguiu, torturou, matou e fez desaparecer milhares de pessoas, mas preservou as instituições e incentivou a pesquisa. O atual ministro, talvez por medo da infindável quantidade de processos que sofreria, persegue as instituições. Atrofia os seus orçamentos e se mete a nomear reitores e diretores do seu mesmo calado, desrespeitando todos os ritos universitários e a autonomia constitucional que foi conquistada.
Como escrever saudavelmente num ambiente semelhante? O gosto ao produzir um texto que aponte horizontes promissores é enorme, a gente se sente bem mesmo que criticando as políticas, as tomadas de posições e até mesmo o rumo da educação desde que numa linha de democratização e oferecimento de educação de qualidade referenciada socialmente. Como estamos o nosso horizonte de esfuma, as perspectivas são as piores e desalentadoras.
A esperança que resta é a reviravolta política, mas que demora a se constituir e adquirir força de abate de um governo impopular (uns 20% de popularidade), antidemocrático, visceralmente ligado às forças mais maléficas do lado escuro da sociedade.
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