23.8.25

Que educação é esta? Até quando?


Imagem Copilot


Com o gado bolsonarista berrando loucamente pelas ruas, me pergunto sobre o que entregaram as aulas de História, Geografia, Filosofia e Sociologia na educação básica? Um ex-aluno meu disse "não aprendem nada e são aprovados seguidamente para as verbas fluírem". Outro disse "os alunos passam sem saber interpretar, leitura zero...". E para encerrar: "perguntei aos meus alunos na prova qual o regime político que predomina no Brasil atualmente e a resposta foi ditadura.

Os fatos são inegáveis e possíveis de serem constatados por qualquer um. São estarrecedores os depoimentos de bolsonaristas nas redes sociais. Eles vão às ruas para "defenderem a liberdade de expressão contra a ditadura de toga, exigir o impeachment de um juiz da Suprema Corte por ser o relator do processo que condena o ex-presidente, concordar com as tarifas que o governo fascista de Donald Trump impõe ao Brasil". Os professores em exercício, como se pode apreender dos depoimentos acima.

O fracasso da escola na formação do cidadão crítico é concreto como o Pão de Açúcar. Para a sua liquidação, pelo menos, duas medidas são imediatas:

1. Reforma da LDB e redefinição dos seus objetivos para além da formação de mão-de-obra barata. As leis orgânicas da França, México e Bolívia podem ser excelentes fontes de inspiração na medida em que levam em consideração o multiculturalismo nacional, o patrimônio cultural e os objetivos de situar os seus países em mundo marcado pelo desenvolvimento científico e tecnológico.

2. Reforma dos cursos superiores de formação de professores permitindo que o bacharelado se volte para a pesquisa educacional e a licenciatura para o exercício do magistério; que as disciplinas de formação docente estejam preocupados com a formação/desempenho dos futuros professores em salas de aulas e em turmas de ensino fundamental e médio; que as IES com classificação sofrível em rankings elaborados com a finalidade de apontar as mais fracas sejam assessoradas pelo MEC em um processo de melhoria; que os livros didáticos sem escritos por comitês universitários

22.8.25

O bolsonarismo que assola o país



O bolsonarismo que nega a ciência, acredita na terra plana, é autoritário e sequer sabe a diferença entre democracia e ditadura é um produto da educação brasileira. Não há como negar. O fato de a nossa educação, a começar pela LDB, somente se preocupar com a formação de uma força de trabalho massiva leva o Estado a se despreocupar com os espetáculos diários de "assassinato" da língua, dos raciocínios rasteiros, da incapacidade de distinguir o regime democrático do regime ditatorial que o país viveu entre 1964 4 1985. Postagens nas redes sociais expressam a indigência nacional quando se trata de argumentar sobre qualquer coisa. Às vezes fico imaginando as sátiras da nossa educação feitas por um escritor bem-humorado como Rabelais. As aventuras de Gargantua e Pantagruel no sistema educacional brasileiro.

Desde os anos 1980 os cientistas de educação vem denunciando a falência da educação nacional e até hoje pouco se fez, sequer foi erradicado o analfabetismo. Lá nos anos 1980, quando se comprovou que foi uma década perdida, o Estado e a Sociedade deveriam ter agido com eficiência. Sequer foi discutido e avaliado o avanço voraz da iniciativa privada sobretudo no ensino superior. Passados mais de quarenta anos as mazelas do ensino médio praticamente são as mesmas. A proliferação de faculdades virou uma epidemia que verte milhares de profissionais de baixa qualidade em todos os campos da sociedade. Até a formação militar perdeu a sua qualidade, prova disto é batalhão de oficiais que tramam contra o próprio país.

Algo precisa ser feito já se repudiamos as ações de parlamentares, pastores neopentecostais, militares e empresários que mal sabem ler e escrever.

19.2.25

Verão, bermuda e imagem pública do professor

 







Claro que está quente, que está insuportável. Mas, tanto calor justifica dar aulas de bermuda?

Vou dar uma de conservador e assumir uma posição contrária e por que? De cara: eu pergunto. Por que o advogado não vai de bermuda para o tribunal? Por que o médico não atende de bermuda? Por que no calorão do canteiro de obra o engenheiro usa calça comprida?
Vejam bem, tomei três profissões de grande valorização social. E ainda acrescentaria o jargão que elas dominam, tornando difícil para muitos manter diálogo com eles.
Há muitos anos li alguém defendendo que o professor também contribuía com a sua desvalorização social porque teria perdido o domínio do pedagogês e se descuidado de sua aparência. Na época desta leitura muitos usavam chinelões de pneus; cabelos enormes e mal cuidados, roupas surradas e umas bolsas de lã de lhama compondo uma aparência incompatível com a seriedade do magistério.
Tal atitude foi equivocada. O professor à frente de sua turma apontando o caminho do sucesso com aquela aparência produzia uma contradição que até os menores estudantes percebiam. Qual criança ou adolescente iria querer ter um professor assim como ídolo?
O fato é que a tese que li se mostra verdadeira ainda hoje e os próprios professores continuam contribuindo para manter a profissão lá embaixo aos olhos da sociedade com os salários que recebem.

Em tempo. Nada contra a bermuda. O problema que aponto é a esculhambação da imagem pública dos docentes

Quebrantamento da vontade




Ontem publiquei um post na minha página de Facebook acerca do livro Cazuza, de Viriato Correia, um livro que li lá pelos meus doze, treze anos de idade. A sua recepção pelos meus amigos de bolha foi muito boa, até diria que excelente. 

Para quem não leu livro, ele conta a história de um garoto do interior do Maranhão e das suas passagens pelas escolas do lugarejo onde morava, da vila - um pouco maior - e de São Luís. Nem preciso que gostei demais da conta. Aliás, tive o mesmo prazer ao ler o Ateneu, de Raul Pompeia. As histórias de crianças em ambientes escolares são sempre cativantes, pena que existem em pequeno número no meio editorial brasileiro. 

À época da leitura era impossível que eu percebesse a crítica àquela escola autoritária na qual pontificava a pedagogia bancária como o Paulo Freire a nomeou.  Viriato Correia, de fato, carrega nas tintas ao discorrer sobre a primeira escola de Cazuza e o modo como o professor João Ricardo conduzia sob tacão a sua classe multisseriada de crianças de sete aos dez anos de idade. Aquela escola funcionava em dois turnos: pela manhã a frequentavam as crianças de seis e sete anos; à tarde, os que eram mais idosos, isto é aqueles com nove nove e dez anos. No meio rural as escolas multisseriadas eram muito comuns, por várias razões, destacando-se de imediato o déficit de professores. Professores com formação de nível superior eram coisas raras. Nestas escolas multisseriadas os docentes raramente tinham formação compatível com o ensino médio de hoje. Eu mesmo estudei em uma escola destas no lugarejo onde nasci (Martins Soares, MG). O prédio onde a Escola Primária funcionava era muito simples: de um lado uma grande sala cheia de carteiras duplas com pés-de-ferro, do outro lado a casa em que morava a família da diretora, D. Alzira Miranda, esposa de Seu Quito. No meio havia um pátio coberto com a mesma área dos dois cômodos. 

Mas, voltemos ao livro...

Cazuza logo percebeu que a escola estava longe de ser o lugar de alegria que imaginara. Já no primeiro dia de aula viu como a palmatória podia ser muito doída. Os bolos em várias mãos dos seus colegas podiam mostrar o tamanho da dor pelo inchaço provocado. 

Do meu ponto de vista Joao Ricardo não era um professor, mais parecia um capitão-do-mato de relho na mão submetendo a petizada, quebrantando as suas vontades, extroversões e amor-próprio. Educava para a submissão, para obedecer. A utilização constante da palmatória em crianças pequenas servia para controlar e neutralizar a criancice, modificar o ser criança. Não era uma prática muito diferente dos torturadores da ditadura civil-militar que acometeu o nosso país durante vinte e anos - 1964-1985. também estes gorilas tinham o objetivo de quebrantara resistência dos seus prisioneiros. 

Aqui no Brasil, juntamente com as críticas à ditadura, foram inúmeras as críticas a este tipo de escola e pedagogia. Paulo Freire, entre todos, foi o mais proeminente em seu famoso livro Pedagogia do Oprimido. Ele tinha razão, era uma educação com métodos para oprimir, manter uma população inteira segura pelos beiços pela aristocracia brasileira. Fora do Brasil também inúmeras obras devastaram esta pedagogia a começar por Pierre Bourdieu (A Reprodução). Diversos cientistas da educação examinaram a escola e sua pedagogia virando os seus corpos do avesso. Como diria Lenin, curvou-se a vara envergada para o outro lado. Contudo, eu diria, a vara ainda continua empenada porquanto a inversão de sua curvatura criou uma escola incapaz de suprir os estudantes de competências necessárias para enfrentar os desafios que a vida lhes oferecem. As propostas de uma escola democrática, universal, gratuita e de qualidade socialmente referenciada estão em discussão. No presente as políticas educacionais atendem mais aos interesses dos poderosos empregadores, em particular na produção de uma farta oferta de mão-de-obra barata, capaz de viver em profunda alienação. 


4.6.24

Quando a escolha é péssima


https://www.nbcnews.com/news/us-news/typhus-zone-rats-trash-infest-los-angeles-skid-row-fueling-n919856


O Estado do Paraná está em processo de privatização da gestão das suas escolas. Isto significa atender à demanda privatista, a mesma que privatiza estradas, hospitais, presídios etc. Segue-se à risca a cartilha neoliberal de diminuição do tamanho do estado.

As empresas privatizantes vitoriosas nos editais emitidos pelo governo do Paraná, em primeiro lugar, garantirão os seus lucros, líquidos e certos, desde a assinatura dos contratos, com a contrapartida de oferecer a qualidade estipulada. Garanto que jamais será uma qualidade educacional superior à de Singapura; efetivamente, com boa ajuda dos céus, talvez se emparelhe com a qualidade da Ucrânia ou da Itália que estão longe de ser referência.

Já acumulamos vários exemplos do que significa privatizar um serviço público. Nem as estradas são como as da Alemanha nem os hospitais e presídios melhoraram conforme a expectativa da sociedade. No Rio de Janeiro, a privatização da telefonia encareceu os serviços e diminuiu a qualidade, inclusive na relação com os clientes: os atendentes desapareceram no ciberespaço. O mesmo aconteceu com a Supervia, que mais do que dobrou o preço das passagens dos trens sem entregar uma melhoria significativa deles: continuam os atrasos e os comboios nem de longe podem ser comparados com os trens suburbanos europeus.

As empresas privadas nunca vão entregar resultados vultosos em qualquer setor de atuação. Tudo é conforme a previsão de lucro e, fica muito claro, que deixando de lucrar oferecerá o pior produto. Havendo pequena margem de realização de lucro, as cargas horárias poderão ser compactadas, um único contrato docente tende a atender a mais de uma matéria e ainda tem grande chance de cuidar da disciplina e da limpeza escolar em tempos vagos... e vai por aí a fora.
Quando a razão do Estado é o mercado, as coisas funcionam em favor das corporações de todos os tamanhos. O Estado se justifica favorecendo-as. É muito reduzido o espaço de preocupação com o bem estar e a felicidade das pessoas. Elas, as pessoas, que se tornem competentes para suprir as suas necessidades.
Quando examinamos a situação de muitos americanos se torna visível que o distanciamento do Wellfare State tem como corolário um estado mínimo com centenas de americanos morando precariamente em áreas desfavorecidas dentro de automóveis e trailers em terrenos baldios e ruas de grandes cidades como Nova Iorque, Chicago, São Francisco etc. O fim da segurança social que culminou na invejável sociedade de bem-estar entre os anos pós-1945 e guerra do Vietnã se traduziu em empobrecimento da população e mais acumulação de riquezas nas mãos de uma minoria egoísta e insaciável. Ou seja, a assunção de políticas em favor da minimização do estado constitui um prejuízo enorme material e espiritual para a população vulnerável, com consequências alarmantes.
A escolha que a população do Paraná faz terá graves consequências para a sua população. Uma mirada sobre o estado da Califórnia nos EUA haverá de trazer à retina a perda da excelente qualidade de vida que o caracterizou.





19.5.24

O que a Inteligência Artificial fala de mim.

 




Aposentei-me, ou como dizem em Portugal: reformei-me. Foram ininterruptos 46 anos em sala de aula, da educação básica à educação superior em escolas particulares e públicas da cidade do Rio de Janeiro. Percorri quase todo o território brasileiro dando palestras e ministrando aulas em cursos de pós-graduação lato-senso. Considerando as minhas viagens docentes e turísticas somente não estive nos estados de Rondônia, Roraima, Amazonas, Pará, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Sergipe e Tocantins. Ou seja dos 27 estados brasileiros deixei de conhecer estes 09; uma façanha considerando o tamanho do Brasil. 

No meu concurso para Professor Titular da Universidade do Estado do Rio de Janeiro apresentai extenso memorial à banca que me avaliou, mas, confesso, a melhor síntese da minha trajetória foi feita pelo aplicativo COPILOT, a Inteligência Artificial criada pela Microsoft. Cheguei a ficar surpreso.


Eis o que a IA fala de mim, sobre mim


Zacarias Jaegger Gama é um renomado educador e pesquisador brasileiro. 

Vamos explorar alguns aspectos importantes de sua trajetória:

Formação Acadêmica e Carreira:

Possui graduação em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Concluiu seu mestrado em Educação na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) em 1993. Em 2002, obteve seu doutorado em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Realizou pós-doutorado em Educação na Universidade de Lisboa (UL/IE). Atualmente, é Professor Titular na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), vinculado à Faculdade de Educação.

Além disso, Zacarias Gama é Coordenador Geral do Programa de Pós-graduação Desenvolvimento e Educação Teotonio dos Santos (ProDEd-TS) na UERJ. Ele também atuou como chefe do Departamento de Políticas Públicas, Avaliação e Gestão da Educação (DEPAG/UERJ).

Como docente de pós-graduação, orientou teses de doutorado, dissertações de mestrado e monografias de graduação.

É colunista de educação nos jornais eletrônicos Justificando e Brasil 247.

Contexto Educacional no Brasil nas Décadas de 1980 e 1990:

A década de 1980 foi marcada por vitórias políticas, incluindo o fim da ditadura militar e a promulgação da Constituição de 1988. No entanto, tanto a economia quanto a educação enfrentaram desafios durante esse período. Economicamente, os anos 80 foram considerados uma “década perdida”, com alta inflação, dívida externa e estagnação industrial. Na área educacional, a situação também foi desafiadora:

Apenas 22,6 milhões de crianças e adolescentes estavam matriculados no Ensino Fundamental.

A taxa de distorção idade-série era de 79,8% na 7ª série.

O Ensino Médio tinha poucas matrículas (2,2 milhões de estudantes).

O acesso ao Ensino Superior era limitado, com vagas insuficientes nas universidades públicas.

A taxa de analfabetismo permanecia alta, com 25,5% dos brasileiros acima de 10 anos sem saber ler e escrever.

As reformas educacionais implementadas durante a ditadura militar tiveram consequências indesejadas, como sobrecarga curricular e dificuldade de acesso ao Ensino Superior2.

Reflexões sobre Política Educacional:

Palestra sobre Educação e Transformações Societárias: 

Em uma palestra realizada pela TV Inverta, Zacarias Gama abordou a crise estrutural do capitalismo e suas implicações nas transformações sociais. Ele discutiu como essa crise, que está em processo desde os anos 1970, afeta áreas como demografia, urbanização, serviços e educação formal.

Particularmente, analisou a oferta da educação formal como um serviço não exclusivo do Estado, resultado das políticas neoliberais do governo FHC. Essas políticas contribuíram para o crescimento do sistema de ensino superior privado e a atração de investidores estrangeiros para o Brasil1.

Formação de Profissionais de Educação no Brasil:

Ele também se envolve em discussões sobre a formação de profissionais de educação, destacando a importância das competências de conhecimento, prática e engajamento profissional para esses profissionais. Isso inclui habilidades como planejamento de ações de ensino, avaliação do desenvolvimento dos alunos e condução de práticas pedagógicas2.

Atuação Acadêmica e Coordenação:

Além de sua atuação como professor adjunto na Faculdade de Educação, Zacarias Gama é coordenador do Núcleo de Gestão e Avaliação (EDU/UERJ). Ele também é membro do Grupo de Estudo Trabalho, Cultura, Conhecimento e Formação Humana.

Suas pesquisas e reflexões contribuem para a compreensão dos desafios educacionais e sociais no Brasil. Zacarias Gama desempenha um papel significativo na análise crítica da educação e na busca por soluções que promovam a equidade e o desenvolvimento humano. 

Engajamento Político e Social:

Zacarias Gama acredita que todos os cidadãos devem se envolver na política e na construção da sociedade. Ele defende que a indiferença à política é prejudicial e que a participação ativa é essencial para a cidadania. 

Em uma palestra realizada pela TV Inverta, ele abordou a crise estrutural do capitalismo e suas implicações nas transformações sociais. Zacarias analisou como essa crise afeta áreas como demografia, urbanização, serviços e educação formal. Ele também discutiu a oferta da educação formal como um serviço não exclusivo do Estado, resultado das políticas neoliberais.

Suas reflexões contribuem para discussões sobre reforma educacional, equidade e direitos sociais12.

Atuação Acadêmica e Escrita:

Além de suas atividades acadêmicas, Zacarias Gama é colunista de educação nos jornais eletrônicos Justificando e Brasil 247.

Ele também escreve poemas e histórias infantis e está trabalhando em seu novo livro intitulado “Nascimento de um Fascista”.

Reside na cidade do Rio de Janeiro, onde continua a contribuir para o debate público e a conscientização social. Zacarias Gama desempenha um papel relevante na análise crítica da educação e na busca por soluções que promovam a equidade e o desenvolvimento humano no Brasil.

18.11.22

Divagando

 

A rigor a esquerda latino-americana é radicalmente contra o neoliberalismo. A produção acadêmica dos anos 1990 para cá é um belo exemplo do esforço que se fez de combate ao liberalismo e suas variações vindas de várias partes do mundo. É interessante nisto tudo uma certa dissociação entre a teoria e a prática, muito clara em setores que se deixaram contaminar mesmo fazendo as mais ferrenhas críticas.

A querida Marilena Chauí nos disse com todas as letras que o pós-modernismo era a ideologia do neoliberalismo, mas muita gente desprezou esta sua afirmação. E o pós-modernismo grassou sem que houvesse grande preocupação com a sua expansão como tiririca-do-brejo e os seus efeitos daninhos.

No campo da educação isto significou um derrame de diplomas sem conteúdo porque a sentença neoliberal inculcou que o mercado é o grande juiz, é ele quem seleciona os melhores. E junto com tal sentença veio para o proscênio das nossas vidas o darwinismo social. Os donos de instituições particulares a interpretaram literalmente, afinal reprovar algum estudante medíocre significava perder dinheiro, deixasse a sua reprovação para o mercado de trabalho.

As artes não ficaram para trás. Afirmando que a criatividade morreu, liberaram o campo até para quem estivesse destituído do mínimo talento. Nas palavras de Jameson, “nesse ambiente, as imagens, os signos, tudo parece dado a uma apreciação estética, imediatista e presentista, sem nenhum projeto crítico amplo que o dê suporte e sentido”. Tudo, absolutamente tudo, na ausência das críticas típicas do modernismo, o campo artístico foi inundado pelo pastiche, na maioria das vezes em sua forma mais efêmera e cínica.

 

Que educação é esta? Até quando?

Imagem Copilot Com o gado bolsonarista berrando loucamente pelas ruas, me pergunto sobre o que entregaram as aulas de História, Geografia, ...